sábado, 6 de fevereiro de 2010


ESPERANÇA

De quantas letras sou feita?
Em tantas me decomponho!
Cato versos na sarjeta,
quero a música do sonho.


Tenho calos na garganta
pela palavra não dita
e a devoção de uma santa
em minha saudade palpita

pelas ausências que conto
no peso da solidão
meu passo nunca está pronto
p’ras pegadas que virão.

E assim vou me desfolhando
na luz que vem da lembrança
sem saber por onde e quando
serei, talvez ...esperança.

Basilina Pereira

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