sábado, 29 de maio de 2010


O VENTO

Na palma do vento
pouso a fronte. Nele confio.
A quem confiaria senão a ele
este rude labor?


Abandono-me à tormenta
(lumes mastros
gaivotas do mar próximo).


Enreda-me a noite.
Mas dele são os dedos leves
que me fecham os olhos. E é manhã.


Dora Ferreira da Silva
In: Poesia Reunida
Jardins (esconderijos) 1979

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