ORGULHO E RENÚNCIA...
Não penses que a mentira me consola:
parte em silêncio, será bem melhor...
Se tudo terminou, a tua esmola
meu sofrimento ainda fará maior...
Não te condeno nem te recrimino,
ninguém tem culpa do que aconteceu...
Nem posso contrariar o meu destino
nem tu podias contrariar o teu !
Sofro, que importa? mas não te censuro,
o inevitável quando chega é assim,
- se esse amor não devia ter futuro
foi bem melhor precipitar seu fim...
Não te condeno nem te recrimino,
tinha que ser! Tudo passou, morreu!
Cada qual traz do berço o seu destino
e esse afinal, bem doloroso, é o meu!
Estranho, é que a afeição quando se acabe
traga inútil consolo ao nosso fim
quando penso, que ainda ontem, - quem o sabe?
tenhas sentido algum amor por mim...
Não procures mentir... Compreendo tudo.
Tudo por si justificado está:
- não tens culpa se te amo... se me iludo,
se a vida para mim é que foi má...
Vês? Meus olhos, chorando, estão contentes
Não fales nada. Vai ! Ninguém te obriga
a dizeres aquilo que não sentes,
nem eu preciso disto minha amiga...
Parte. E que nunca alguém sofrer te faça
o que sofri com o teu ingênuo amor;
-pensa que tudo morre, tudo passa,
que hei de esquecer-te, seja como for...
Pensa que tudo foi uma tolice...
Só mais tarde, bem sei, - compreenderás
as palavras de dor que não te disse
e outras, de amor... que não direi jamais !
Não penses que a mentira me consola:
parte em silêncio, será bem melhor...
Se tudo terminou, a tua esmola
meu sofrimento ainda fará maior...
Não te condeno nem te recrimino,
ninguém tem culpa do que aconteceu...
Nem posso contrariar o meu destino
nem tu podias contrariar o teu !
Sofro, que importa? mas não te censuro,
o inevitável quando chega é assim,
- se esse amor não devia ter futuro
foi bem melhor precipitar seu fim...
Não te condeno nem te recrimino,
tinha que ser! Tudo passou, morreu!
Cada qual traz do berço o seu destino
e esse afinal, bem doloroso, é o meu!
Estranho, é que a afeição quando se acabe
traga inútil consolo ao nosso fim
quando penso, que ainda ontem, - quem o sabe?
tenhas sentido algum amor por mim...
Não procures mentir... Compreendo tudo.
Tudo por si justificado está:
- não tens culpa se te amo... se me iludo,
se a vida para mim é que foi má...
Vês? Meus olhos, chorando, estão contentes
Não fales nada. Vai ! Ninguém te obriga
a dizeres aquilo que não sentes,
nem eu preciso disto minha amiga...
Parte. E que nunca alguém sofrer te faça
o que sofri com o teu ingênuo amor;
-pensa que tudo morre, tudo passa,
que hei de esquecer-te, seja como for...
Pensa que tudo foi uma tolice...
Só mais tarde, bem sei, - compreenderás
as palavras de dor que não te disse
e outras, de amor... que não direi jamais !
(1938)
J. G. de Araujo Jorge
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