terça-feira, 8 de junho de 2010



A CERTAIN SLANT OF LIGHT

There's a certain slant of light,
On winter afternoons,
That oppresses, like the weight
Of cathedral tunes.

Heavenly hurt it gives us;
We can find no scar,
But internal difference
Where the meanings are.

None may teach it anything,
'Tis the seal, despair,-
An imperial affliction
Sent us of the air.

When it comes, the landscape listens,
Shadows hold their breath;
When it goes, 't is like the distance
On the look of death.

Emily Dickinson


Há uma certa inclinação da luz,
Nas tardes invernais,
Que oprime, como o peso
Do dobrar dos sinos nas catedrais.

Celestial ferida ela nos impõe,
Sem nenhuma cicatriz ofertar
Salvo a interna diferença
Onde os sentidos vêm a se encontrar.

Ninguém nada pode lhe ensinar,
Ela é o selo, o desespero,
Uma aflição imperiosa
Enviada a nós do ar.

Quando vem, a paisagem se põe a escutar,
As sombras detêm o fôlego;

Quando vai, é como a distância
do olhar da morte a passar.

(There's a certain slant of light, poema de Emily Dickinson,
traduzido por Fernando Campanella)

Nenhum comentário: