quarta-feira, 20 de outubro de 2010




O CORAÇÃO NÃO TEM MARGENS

Como se todas as coisas fossem possíveis,
mesmo o milagre de vozes solidárias e cúmplices
na teimosia de quem acredita na magia
de qualquer lonjura, sei, de súbito,
que o coração não tem margens:
é um mar frágil que submerge
os olhos desprevenidos do homem.

Graça Pires
De Outono: lugar frágil, 1993

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