terça-feira, 23 de novembro de 2010


POEMAS DO VENTO

Gastar-se no tempo

diluir-se no vento
evolar-se no sonho
deixando
- haverá quem o colha? -
um resíduo...

Memória.

Levarei por onde ande
uma inquietação mais nada
impulso vital que extingo
dentro de um pouco de lama.

Tal que o vento que baila
fazendo seu corpo efêmero
com a poeira das estradas...

Menotti Del Picchia
São Paulo- 1898-1988

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