sexta-feira, 29 de abril de 2011



NINGUÉM ESQUECE...

Não há quem esqueça de tudo
ainda que não lembre de nada.
Nunca me esqueço, sobretudo
dos encantos de minha amada

e na evidência dos seus beijos
de uma inocência sem pudor!
Entre as cinzas tantos desejos
e entre os desejos, minha flor.

Oh, ninguém esquece de nada
quando lembrar não traz a dor
de uma história não sepultada
nas águas passadas do amor...


Afonso Estebanez

segunda-feira, 25 de abril de 2011

(Foto: Floripes Manfrim)

VERSO

Nem verso consegue explicar
A poesia que por vós sinto,
Seja verso cantado ou sucinto
Te mostrará além do meu olhar.

Este sentimento do meu amar
Que na poesia eu não desminto,
Verso do meu sentimento distinto
Palavra de amor que quero ofertar.

Mas, nem verso consegue explanar
Toda a expansão desse amor a dar
À poesia ardente de ti, meu desejo

Fogo que vem em tão prazer imenso
Ardendo no verso esse lume intenso
Nas palavras sentidas quando te vejo!


Loucopoeta

sábado, 23 de abril de 2011


TEMOS TODOS A MESMA HISTÓRIA

Temos todos a mesma história
Várias ondas e um oceano
Vários factos e uma memória
Vários jogos e um só engano
Temos todos as mesmas lendas
E eu achava que era sozinha
Um soneto e várias emendas
Sou mil versos e uma só linha
Temos todos o mesmo medo
Dez mil passos e uma só dança
Dez mil papos e um só segredo
Dez mil dores e uma esperança
Temos todos a mesma história
E hoje a tua passa a ser minha
Meu passado tua memória
E eu passei a não ser sozinha

Oswaldo Montenegro

terça-feira, 19 de abril de 2011



(...)

Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor.


Vladimir Maiakovski

sexta-feira, 15 de abril de 2011

 
II

Meu amor, meu Amado, vê... repara:
Poisa os teu lindos olhos de oiro em mim,
- Dos meus beijos de amor Deus fez-me avara
Para nunca os contares até ao fim.
Meus olhos têm tons de pedra rara
- É só para teu bem que os tenho assim -
E as minhas mãos são fontes de água clara
A cantar sobre a sede dum jardim.
Sou triste como a folha ao abandono
Num parque solitário, pelo Outono,
Sobre um lago onde vogam nenufares...
Deus fez-me atravessar o teu caminho...
- Que contas dás a Deus indo sozinho,
Passando junto a mim, sem me encontrares?

Florbela Espanca

segunda-feira, 11 de abril de 2011

 
Preciso de silêncio interior,
sem nada me separando de
mim mesma.

Não quero ouvir ou falar.
Quero estar só com os
meus pensamentos,
no vazio da noite escura.

Quero deixar rolar
lágrimas sufocadas.
Quero sentir a dor
rasgando o peito,
implorando por alívio...

Sandra Ribeiro

quinta-feira, 7 de abril de 2011



VERSOS TRISTES

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

Pablo Neruda

domingo, 3 de abril de 2011



LIKEWIS IN HEAVENS

A flowerpot contour
ethereal rosebuds,
a piano quivering
in dreamlike keys:
a solitary, unrequited nocturne
or a gentle romance,
a serenade played by two.
Likewise in heavens,
corpse brides and grooms,
unredeemable drankards
of love,
waltzing in alcoves of mist
under long moonlit memories
or spectral candlelight flicks.


ASSIM NOS CÉUS

O contorno de um jarro,
a etérea rosa, o piano
em teclas de sonho a vibrar:
um solitário noturno ou, quem sabe,
um mais que terno romance,
uma serenata a dois tocada.
Assim nos céus,
à longa memória de velas
bruxuleantes, ou de um pálido luar,
espectros de noivos,
irredimíveis ébrios de amor,
em alcovas de brumas
a valsar.

Fernando Campanella

sexta-feira, 1 de abril de 2011


A SIMPLICIDADE QUE HÁ EM CRISTO

 
  O coração do Senhor nos torna simples, porque Ele quer se mover na simplicidade. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente, e se apartem da simplicidade e pureza   devidas a Cristo.
  Quando andamos e agimos na simplicidade que há em Cristo, estreitamos nosso relacionamento com Deus.
  Esse tipo de relacionamento entre pais e filhos é algo muito saudável para o corpo porque é simples. Como filhos precisamos de coisas simples, assim como nosso Pai é. Precisamos do seu abraço, do seu afago, sentir o seu calor, ter o seu coração. Deus quer nos tratar como Ele trata a Jesus e quer que nos O tratemos como Jesus O trata. Um coração simples e serviçal abençoa tremendamente o corpo de Cristo.
 
 “Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas sim aquele a quem o Senhor louva”. II Corintios 10:18
 
 Que com o coração simples possamos fazer valer todo o projeto preparado por Deus para nós e sua Igreja.
 

 
 Peter Quintino
Ministério Ipiranga/MG