sábado, 21 de junho de 2014




In Memoria

Esteja perto de mim quando a minha luz diminuir,
Quando o sangue se arrastar, e alfinetar os nervos
E formigamento; e o coração doente,
E todas as engrenagens pararem.

Esteja perto de mim, quando o quadro sensual
É coberto com dores que conquistam a confiança;
E tempo, uma dispersão de poeira,
E a vida, uma chama ligeira.

Esteja perto de mim quando minha fé secar,
E os homens, que as moscas da última primavera,
Que depositam seus ovos, e partem a cantar
E tecer suas células mesquinhas e morrer.

Esteja perto de mim quando eu desaparecer,
Para apontar o prazo de conflitos humanos,
E à beira do baixo escuro da vida
O crepúsculo do dia eterno.

Lord Alfred Tennyson

 


segunda-feira, 2 de junho de 2014



Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi,
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei.


Seu eu te pudesse dizer
o quanto te amo
Te daria grande prazer
e viverias nesse encanto.


Mas amar é meu segredo
O que nunca te direi
Pois sinto muito medo
E sei que te perderei.


Se soubesse compreender
O tamanho desse amor
Tu terias que entender
Que so quero seu calor.


Assim sigo meu caminhar
Te amando sem lei
E sempre a me perguntar
Aquilo que nem eu sei.

Fernando Pessoa