terça-feira, 5 de outubro de 2010




O TEMPO VIVE
 
O tempo vive, quando os homens, nele,
se esquecem de si mesmos,
ficando, embora, a contemplar o estreme
reduto de estar sendo.
O tempo vive a refrescar a sede
dos animais e do vento,
quando a estrutura estremece
a dura escuridão que, desde dentro,
irrompe. E fica com o uivo agreste
espantando o seu estrondo de silêncio.

 
Fernando Echevarría, in "Sobre os Mortos"
 Portugal
 1929

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