terça-feira, 28 de junho de 2011




A BELA DAMA SEM MISERICÓRDIA


Oh! O que pode estar perturbando você, Cavaleiro em armas, sozinho, pálido e vagarosamente passando? As sebes tem secado às margens do lago, e nenhum pássaro canta. Oh! O que pode estar perturbando você, Cavaleiro em armas? Sua face mostra sofrimento e dor. A toca do esquilo está farta, e a colheita está feita. Eu vejo uma flor em sua fronte, úmida de angústia e de febril orvalho, e em sua face uma rosa sem brilho e frescor rapidamente desvanescendo também. Eu encontrei uma dama nos campos, tão linda… uma jovem fada, seu cabelo era longo e seus passos tão leves, e selvagens eram seus olhos. Eu fiz uma guirlanda para sua cabeça, e braceletes também, e perfumes em volta; Ela olhou para mim como se amasse, e suspirou docemente. Eu a coloquei sobre meu cavalo e segui, e nada mais vi durante todo o dia, pelos caminhos ela me abraçou, e cantava uma canção de fadas. Ela encontrou para mim raízes de doce alívio, mel selvagem e orvalho da manhã, e em uma estranha linguagem ela disse… “Verdadeiramente eu te amo.” Ela me levou para sua caverna de fada, e lá ela chorou e soluçou dolorosamente, e lá eu fechei seus selvagens olhos com quatro beijos. Ela ela cantou docemente para que eu dormisse e lá eu sonhei…Ah! tão sofridamente! O último dos sonhos que eu sempre sonhei nesta fria borda da colina. Eu vi pálidos reis e também príncipes, pálidos guerreiros, de uma mortal palidez todos eles eram; Eles gritaram…”A Bela Dama sem Piedade Tem você escravizado!” Eu vi seus lábios famintos e sombrios, abertos em horríveis avisos, e eu acordei e me encontrei aqui, nesta fria borda da colina. E este é o motivo pelo qual permaneço aqui sozinho e vagarosamente passando, descuidadamente através das sebes às margens do lago, e nenhum pássaro canta.

 
 
John Keats 
Tradução: Isabella Drumond

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